A energia solar continuou a se expandir no Brasil durante a pandemia do COVID-19 e deve contribuir para a recuperação econômica após a crise da saúde.

Essa é a avaliação de Bárbara Rubim, vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), responsável pela geração distribuída.

“O ritmo de crescimento diminuiu um pouco, mas ainda é exponencial”, disse ela. “A pandemia teve um efeito menor do que o esperado e a energia instalada aumentou 30% no primeiro semestre de 2020”.

O potencial total era de 5.918 MW em 2 de julho, ante 4.533 MW no final de 2019, de acordo com dados oficiais da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), reguladora de energia neste país sul-americano de 211 milhões de pessoas.

Essa é uma pequena quantidade em um país com capacidade total para gerar 172.709 MW.

No Brasil, 60,4% da energia é hidrelétrica, 8,7% vem do vento, 8,4% da biomassa, 8,3% do gás natural, 5,1% dos derivados de petróleo e 2,0% do carvão.

Mas a energia solar é a fonte de energia que mais cresce, de acordo com a tendência global.

O Brasil floresceu tardiamente quando se tratava de aproveitar o enorme potencial solar em seu vasto território. O impulso inicial ocorreu em 2012, quando o país adotou regras que incentivam a geração de eletricidade distribuída, também conhecida como geração descentralizada, porque é baseada em muitas fontes pequenas.

Isso coincidiu com a queda acentuada no custo da instalação de painéis solares, que desempenhou um papel decisivo no boom nos últimos anos.

Mas esta nação sul-americana está muito atrás dos principais países no desenvolvimento dessa fonte de energia, liderada pela China, que adicionou 30.000 MW no ano passado ao final de 2019 com 205.700 MW de energia solar, de acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA).

Essa instituição intergovernamental estima que cada MW instalado gere 25 a 30 novos empregos.

No Brasil, a expansão levou à criação de 37.000 empregos no último semestre, período em que o desemprego aumentou em geral devido à chegada do coronavírus SARS-CoV-2 no final de fevereiro.

A previsão inicial de gerar 120.000 empregos este ano se tornou mais improvável, mas não foi descartada, de acordo com a Absolar.

 

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A energia solar continuou a se expandir no Brasil durante a pandemia do COVID-19 e deve contribuir para a recuperação econômica após a crise da saúde.

Essa é a avaliação de Bárbara Rubim, vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), responsável pela geração distribuída.

“O ritmo de crescimento diminuiu um pouco, mas ainda é exponencial”, disse ela. “A pandemia teve um efeito menor do que o esperado e a energia instalada aumentou 30% no primeiro semestre de 2020”.

O potencial total era de 5.918 MW em 2 de julho, ante 4.533 MW no final de 2019, de acordo com dados oficiais da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), reguladora de energia neste país sul-americano de 211 milhões de pessoas.

Essa é uma pequena quantidade em um país com capacidade total para gerar 172.709 MW.

No Brasil, 60,4% da energia é hidrelétrica, 8,7% vem do vento, 8,4% da biomassa, 8,3% do gás natural, 5,1% dos derivados de petróleo e 2,0% do carvão.

Mas a energia solar é a fonte de energia que mais cresce, de acordo com a tendência global.

O Brasil floresceu tardiamente quando se tratava de aproveitar o enorme potencial solar em seu vasto território. O impulso inicial ocorreu em 2012, quando o país adotou regras que incentivam a geração de eletricidade distribuída, também conhecida como geração descentralizada, porque é baseada em muitas fontes pequenas.

Isso coincidiu com a queda acentuada no custo da instalação de painéis solares, que desempenhou um papel decisivo no boom nos últimos anos.

Mas esta nação sul-americana está muito atrás dos principais países no desenvolvimento dessa fonte de energia, liderada pela China, que adicionou 30.000 MW no ano passado ao final de 2019 com 205.700 MW de energia solar, de acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA).

Essa instituição intergovernamental estima que cada MW instalado gere 25 a 30 novos empregos.

No Brasil, a expansão levou à criação de 37.000 empregos no último semestre, período em que o desemprego aumentou em geral devido à chegada do coronavírus SARS-CoV-2 no final de fevereiro.

A previsão inicial de gerar 120.000 empregos este ano se tornou mais improvável, mas não foi descartada, de acordo com a Absolar.

Os painéis solares geram eletricidade para bombear água para um tanque em uma colina vizinha e para fornecer água por gravidade a 120 famílias em um bairro de Aparecida, cidade no estado da Paraíba, no semiárido Nordeste do Brasil. CRÉDITO: Mario Osava / IPS
O setor já havia demonstrado sua natureza anticíclica ao crescer durante a recessão econômica que atingiu o Brasil em 2015 e 2016.

“Na crise, as pessoas escolhem produtos que lhes permitem economizar dinheiro”, explicou Frank Araújo, empresário de energia solar em Sousa, cidade de 70 mil habitantes no estado da Paraíba.

Gerar sua própria eletricidade é um bom negócio: a economia na conta de energia elétrica cobre o investimento inicial em apenas alguns anos, disse o proprietário da Ative Energy, que instala usinas solares em dezenas de cidades da região Nordeste do Brasil.

O faturamento de sua empresa caiu 25% após o início da pandemia, em abril e maio, mas subiu em junho, disse ele.

“Algumas empresas adiaram seus investimentos, por cautela, até que a situação econômica se torne mais clara”, disse ele à IPS por telefone de Sousa. “Isso aconteceu principalmente no caso de indústrias, mas não no de farmácias e supermercados, que conseguiram manter ou ampliar suas vendas”.

Em nível nacional, Rubim disse que a maior expansão de energia solar ocorreu no setor comercial, interessado em cortar custos de energia, bem como entre consumidores residenciais.

Residentes e empresas rurais também investiram pesadamente nessa fonte de energia, aumentando sua capacidade de geração em 120% no primeiro semestre de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019, disse Rubim, que também é diretor da Bright Strategies , uma empresa de consultoria em energia renovável. .

Isso ocorre porque a energia rural se tornou mais cara devido à redução gradual de um desconto que eles tiveram na tarifa de eletricidade. Além disso, os produtores rurais tendem a buscar “sinergias” para fazer um uso mais eficiente da terra, disse Rubim em entrevista por telefone de São Paulo.

Segundo ela, a pandemia favorecerá fontes renováveis, principalmente a solar, reduzindo custos, inclusive manutenção, e porque aumentará o preço da eletricidade fornecida pelas empresas distribuidoras.

Os consumidores terão que pagar pelo menos parte da chamada “conta COVID” – um empréstimo bancário arranjado pelo governo para ajudar o setor de energia a superar as perdas sofridas devido à queda na demanda de energia devido à pandemia.

O empréstimo visa espalhar por cinco anos o aumento nas tarifas de energia que, de outra forma, afetariam os consumidores de uma só vez. No entanto, isso causará um custo adicional que tornará a energia solar mais atraente, Rubim espera.

 

 

Além disso, as taxas de juros caíram durante a crise, tornando mais barato o crédito necessário para investimentos em usinas solares, que também são favorecidos por uma maior sensibilidade aos problemas ambientais e climáticos.

A geração distribuída, instalada por seus próprios consumidores, cresceu mais no Brasil nos últimos anos. No final de junho, a produção alcançou 2.987 MW, três vezes superior ao ano anterior, e excedeu em 0,02% a produção de grandes usinas comerciais.

Em 2017, a geração distribuída foi equivalente a apenas 17% da geração centralizada. Mas a expansão da geração descentralizada tem sido muito desigual em todo o país.

O estado de Minas Gerais, no sudeste do país, é o líder, com 594 MW de potência instalada, 19,9% do total nacional.

A posição de liderança do estado destaca a importância das políticas públicas, disse Rubim. Em 2013, Minas Gerais adotou os incentivos fiscais, dois anos à frente dos outros 26 estados brasileiros.

Também foi pioneira na autorização de unidades de até cinco MW para geração compartilhada multi-consumidor, fórmula permitida pela Aneel desde 2015.

Os painéis solares também são disseminados por todo o país por razões sociais e ambientais.

A Sonnenhauss, empresa localizada em João Pessoa, capital da Paraíba, oferece treinamento e consultoria, além de instalar sistemas de energia solar e promover projetos.

Atualmente, está instalando 13 unidades no interior do estado para atender comunidades rurais. A idéia é bombear água, em um caso para abastecer 200 famílias e em outros para implementar sistemas de irrigação para a produção agrícola e promover uma fábrica de polpa de frutas.

“Além da instalação, oferecemos treinamento ao pessoal local para a manutenção dos equipamentos e suporte em todos os níveis”, disse à IPS Manoel Alves, um dos engenheiros elétricos da empresa e professor do Instituto Federal da Paraíba. .

No mesmo estado, com sede em Sousa, o Comitê Semi-Árido de Energias Renováveis (Cersa), um grupo de ativistas, já promoveu a instalação de sistemas solares em várias dioceses católicas, escolas e comunidades rurais.

O programa “Mais luz para a Amazônia”, criado pelo governo brasileiro em fevereiro, visa levar energia limpa e renovável a cerca de 300.000 pessoas que vivem em comunidades isoladas e que ainda não possuem eletricidade.

“A fonte será basicamente solar, devido à facilidade de implementação, ao baixo custo e à manutenção viável, inclusive pelos próprios moradores locais treinados”, disse Joilson Costa, coordenador da Frente de Nova Política Energética para o Brasil , que reúne 31 organizações sociais, ambientais e acadêmicas.

No sul do estado do Paraná, o governo regional decidiu adotar energia solar nas 5.500 escolas municipais do estado, começando este ano com 224 escolas em sete municípios.